Ele não tinha fé.
Tinha 40 anos e acreditava que a vida seria sempre dura e nada de bom chegaria para ele.
Tinha uma história de vida marcada pela dor, pelo abandono e pela decepção,desde a infância.
Trabalhamos a Criança Interior machucada, desconfiada e arredia. A imagem que vi foi emocionante.
Vi algum lugar ermo, numa noite cheia de estrelas. Ele, um menininho, cara aborrecida, caminhando sozinho.
De repente, toda sua dor e revolta se expressam em seu corpo e ele ergue os bracinhos para o alto. De seus dedos saem raios brilhantes e barulhentos na direção de uma nuvem, na direção de Deus. Reclamava do abandono e da solidão. Sim, ele estava muito zangado com Deus.
Então, na mesma nuvem que recebia os raios, surge a imagem de Deus, um homem, a imagem do Pai. E essa imagem alonga os braços para baixo em direção ao menino. Esses braços o levantam, sustentam e o acolhem num abraço terno. O abraço dizia: estou aqui, nunca deixei de estar, você não está só e eu te amo, pequeno. O menino vai se acalmando pouco a pouco e, se sentindo seguro e amado, adormece serenamente.
Contei ao homem o que vi e percebi sua emoção. Ele se identificou com essa cena e disse que ele era, sim, esse menino. Frequentemente se revoltava com Deus e havia há muito perdido a fé.
A partir desse trabalho eu o vi florescendo. Algo mudou no modo como ele via sua história pessoal. Eu o vi perdoar e deixar ir o que não mais valia a pena levar nas costas e no coração. Ele se reconciliou com Deus. Aceitou o abraço terno e cuidadoso. Começou a receber na vida tudo o que antes não julgava merecer. Esse receber só não era um fluxo constante porque ele assim acreditava que seria. A partir do momento em que ele liberou essa crença, começou a treinar ser recebedor de bênçãos.
Então, eu o vi florescer e começar a colher frutos e flores no seu caminho, que sempre estiveram lá mas antes
Angela Cunha é psicóloga e terapeuta com abordagem energética e multidimensional. Canalizadora de sua própria técnica de trabalho, denominada Terapia Ascensional Integrada.
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