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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O Anjo e A Criança


Muitos de vocês acreditam – secretamente, por assim dizer – que existe uma ordem superior à qual vocês devem atender ou obedecer. Seja uma “missão da alma” ou um “caminho de vida” que foi estabelecido para vocês, ou uma hierarquia espiritual que lhes atribuiu um “dever”, ou um guia espiritual que lhes diz o que fazer ou aonde ir… em todos esses casos, vocês acreditam na existência de uma autoridade superior, um nível espiritual acima de vocês, ao qual é bom que vocês ouçam. Mas, no momento em que vocês acreditam em uma autoridade externa a vocês mesmos, que tem a capacidade de lhes oferecer orientação sobre o que vocês deveriam fazer na vida, nós estamos de volta ao Deus tradicional. De acordo com essa imagem, existe um nível da verdade, no qual as coisas são fixas e determinadas, e tudo o que vocês podem fazer é viver de acordo ou não com isso. Esta é uma falsa imagem.

Certamente, quando você nasce, existem intenções na sua alma para a vida à sua frente. Pode-se chamar isto de propósito elevado para esta encarnação, mas isso não foi ordenado por ninguém externo a você. Foi você mesmo que o escolheu e nasceu dos seus próprios desejos e anseios. As coisas na sua vida que são “pré-determinadas” – no sentido de terem muita possibilidade de acontecer, pois nada está completamente fixado – foram criadas e escolhidas por você. Você pode se conectar com o seu propósito de vida ou inspiração mais elevada a qualquer momento, ouvindo os seus sentimentos, a voz do seu coração, os seus anseios mais profundos. Eu o aconselho a não ouvir demais as doutrinas espirituais que estão cheias de regras sobre como você deve viver. Ouça especialmente a sua assim chamada parte inferior: as emoções poderosas que se manifestam em você no seu dia-a-dia. Através dessas emoções, a sua alma está tentando se conectar com você e lhe dizer alguma coisa.

Se você quiser saber o que a sua alma quer lhe dizer neste momento, olhe para as emoções que freqüentemente se repetem na sua vida e que mais o absorvem. Olhe para elas de um modo amável mas honesto. 

Não acuse ninguém mais pelas suas emoções, não preste atenção a causas externas a você; veja-as como resultado das suas próprias escolhas. Por exemplo, se você está sempre zangado e aborrecido, de onde isso vem? Existe algo que está lhe fazendo falta? O que a raiva lhe diz? Qual é a mensagem escondida dentro dela? É uma sensação de não ser reconhecido ou valorizado pelos outros? Você está com medo de lhes mostrar quem você é? Está com medo de defender a sua verdade? Você esconde os seus sentimentos com muita freqüência e lhe é difícil estabelecer claramente os seus limites? Freqüentemente, através da raiva, uma mensagem autêntica está gritando para você: um anseio de ser quem você é, de mostrar a energia original da sua alma para o mundo. Se você reconhece o anseio da sua alma através da raiva, você está enxergando o seu eu angélico brilhando através da sua criança interior.

O anjo dentro de você é o “eu superior” que quer conectar-se com a realidade física, encarnar e irradiar sua luz sobre a realidade da Terra. É a parte conhecedora. A sua criança interior é a paixão da própria vida: é desejo, emoção e criatividade. É a parte que experiencia, a parte experimentadora. A sua parte criança é o seu “eu inferior”. A criança interior é uma fonte de alegria e criatividade, quando ela vive em harmonia com o seu anjo interno. Mas se ela se desvencilha dos cuidados amorosos do anjo e sai à deriva, ela se torna a fonte de emoções descontroladas. 

A raiva transforma-se em ódio e vingança. O medo se degenera em defesa, neurose e frustração. A tristeza se deteriora em depressão e amargura. As emoções originais são indicadores… mensagens da sua parte experimentadora. 

É essa criança que, através das emoções, estende as mãos para o seu anjo interno. 


As emoções expressam a experiência pura, desconhecida. Elas são uma expressão do mal-entendimento. É através da conexão com o anjo que as emoções podem ser tomadas como indicadores e compreendidas. Desta forma, as emoções tornam-se instrumentos de transformação e exploração: o “eu inferior” enriquece e realiza o eu superior, ao suprir a parte conhecedora com conteúdo sentido. O seu anjo interior se anima e experiencia uma alegria profunda, quando lhe é permitido iluminar a criança. E quando o seu eu superior irradia sua luz desta forma, o seu corpo emocional se aquieta e adquire equilíbrio. O fruto do fluxo conjunto do anjo e da criança é um conhecimento intuitivo, interno, que pode permear a sua vida com luz e ausência de esforço. 

Os seus princípios superior e inferior – o anjo e a criança – formam um todo orgânico e significativo. Portanto, os conceitos de “superior” e inferior” não são realmente corretos. Na verdade, trata-se de um jogo alegre entre “saber” e “experienciar”. Esse inter-relacionamento, esse exercício de influência recíproca, é que leva à sabedoria verdadeira e encarnada (no sentido de oposta à teórica).

Para obter orientação sobre a sua vida no momento presente, você pode se dirigir, de preferência, à sua criança interior. Ao lhe dar a atenção que ela precisa, você preenche-a com sua consciência mais elevada, com o toque do anjo. 

Para ilustrar esta situação, vamos voltar ao exemplo anterior, no qual eu falei da raiva e irritação. Uma vez que você tenha se conectado com essas emoções e imaginado-as como uma criança, você pode convidar essa criança a vir até você. Você pode lhe perguntar com o que ela está zangada ou aborrecida, e o que ela precisa de você para se curar. Deixe que a criança lhe responda e permita que ela se expresse muito claramente. Imagine-a conversando com você de uma forma muito viva, alegre, com uma expressão facial nítida e com uma clara linguagem corporal. Talvez ela lhe dê respostas específicas, do tipo “Quero que você largue o seu trabalho!” ou “Quero ter lições de dança!”, ou talvez sejam respostas mais genéricas, como “Preciso brincar e relaxar mais” ou “Não posso ser boazinha o tempo todo, você sabe!” Leve a resposta a sério e viva de acordo com ela, tanto quanto possível. Talvez você não possa fazer instantaneamente as coisas que a sua criança interior deseja, mas você pode começar devagar e passo a passo a realizar os seus anseios.

Se você abraça com amor e aceitação a sua criança interior que está zangada, assustada ou triste, ela é tocada pelo seu anjo interior e o resultado é que a sua alma fala com você. Comece com as emoções; descubra os verdadeiros desejos por trás dessas emoções, e encontre um modo de realizá-los passo a passo.

Na imagem que estou descrevendo de um anjo e uma criança internos, não há nenhum espaço para a figura de um Deus autoritário. O “superior” e o “inferior” complementam um ao outro, em um relacionamento que evolui dinamicamente. O anjo não impõe nenhuma regra à criança, e a criança também não tem autoridade sobre o anjo. É através da influência recíproca entre ambos que você descobre o que é certo para você neste momento.

Você encontrará os objetivos da sua vida através dessa ligação íntima entre o anjo e a criança. Nesta conexão, você descobre o que realmente mexe com você e leva-o adiante. Nenhuma autoridade externa pode substituir essa conexão ou fazer essa conexão por você. Um professor só pode lhe indicar essa área interna sagrada, onde você pode permitir que a sua criança interior seja cuidada e inspirada pelo seu anjo interior. Nessa área, você descobre quem você é e qual é a sua paixão. Diretrizes gerais sobre como viver uma vida espiritual são quase sempre inadequadas, ou pelo menos não são de natureza universal. A verdade não tem forma. Cada criatura tem sua própria forma, seu próprio modo de viver a Verdade. Este é o milagre da sua essência de alma única. 

Os verdadeiros professores espirituais não ensinam específicos “faças” ou “não faças”, tais como “não coma carne” ou “medite duas horas por dia”. Um verdadeiro professor sabe que tudo se trata de cada um encontrar a sua própria verdade, em profunda comunhão consigo mesmo. Os professores podem indicar o que foi útil a eles, no caminho deles, mas não transformarão isso numa regra ou dogma. 
Se você der uma olhada na forma em que Deus foi retratado na maioria das suas tradições religiosas, vai perceber que isso é exatamente o que acontece com elas. A maior parte é constituída por tradições de medo e abuso de poder. A necessidade de regras e dogmas claramente restritivos e a tendência a organizações hierárquicas sempre mostram que o medo e o poder estão em jogo. No entanto, a mesma coisa acontece com a espiritualidade da nova era. Tomem por exemplo as inúmeras predições e teorias especulativas em circulação atualmente. Se você vai atrás disso sem consultar seus próprios sentimentos básicos a respeito, você pode ficar inseguro e começar a se perguntar “será que estou fazendo as coisas direito?”, “e se eu perder o barco (ou astronave…) ” ou “será que o estado dos meus chakras está suficientemente puro para eu entrar na 5a dimensão?” Este tipo de perguntas com certeza não é útil para o seu crescimento interior. Eu lhe peço: volte-se para dentro de si mesmo. Não focalize o movimento dos planetas e estrelas, as mudanças climáticas, ou o julgamento de um “mestre ascensionado”, para determinar o seu próprio nível de auto-realização. Você é o centro do seu universo, o padrão e a pedra de toque do seu mundo. Não existe nenhum Deus externo a você, que sabe melhor ou que determina as coisas para você. O Deus, que antigamente você projetou fora de você, não só reside dentro de você, como também não é onisciente. O princípio divino que existe em você e em toda a criação é uma força alegre, que cresce e evolui de forma aberta e imprevisível.

Nesta imagem, o “inferior” tem uma razão indubitável para existir; ele é o combustível para o crescimento e a realização. Luz e escuridão têm seus próprios papeis, e é na aceitação de ambas que você se ilumina. A aspiração de alguns grupos espirituais de alcançar a luz de um modo unilateral, ignorando ou lutando contra a escuridão, cria desequilíbrio e uma resistência sutil (e desprezo) pela vida na Terra.

Fazer coisas erradas, cometer enganos, é correto e pode até lhe trazer um crescimento maior do que tentar evitar erros. Nas “coisas ruins” existe uma semente de luz adormecida. Somente vivenciando o ruim do seu interior, é que você pode experienciar o bom como bonito, puro e verdadeiro. Você não pode aprender a partir do “não ter”. Você, Deus dentro de você, mergulhou nas profundezas (na realidade material) para se tornar conhecedor através da experiência, não para aplicar o conhecimento à experiência. Neste sentido, não existem muitas coisas que são não-espirituais. Toda experiência é sagrada e significativa. Não se deixe guiar por leis externas, que determinam o que é saudável, certo e espiritualizado para você fazer. A pedra de toque é o seu próprio coração: se ele sente que é certo para você, então está bem. Libere qualquer outra coisa.

Jeshua canalizado por Pamela Kribbe 

© Pamela Kribbe 2007
www.jeshua.net

Tradução: Vera Corrêa veracorrea46@ig.com.br
Revisão: Luiz Corrêa.

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