Pesquisar este blog

Traduzindo

quarta-feira, 30 de abril de 2014

A Serviçal



Por Angela Cunha

Ela me procurou por estar com um problema que parecia sem solução.
Era uma moça de vinte e dois anos, casada há dois anos, lindíssima, e era virgem. Segundo seu relato era alegre, dinâmica, destemida, corajosa e empreendedora.
Nenhum problema maior na infância, pais amorosos e cuidadosos. Estava bem profissionalmente. Sempre teve namorados e nunca pensou em ter relações sexuais com eles, a não ser na fantasia. Justificava para si mesma que estava esperando o homem certo e pretendia casar virgem.

Ao conhecer o homem com o qual se casou, pensou ter encontrado a pessoa certa. Disse a ele que pretendia casar virgem e ele concordou. Casaram e ela logo percebeu que aquela resolução era apenas uma maneira de adiar o "problema". A relação sexual entre eles era interrompida no momento da tentativa de penetração. Ela sentia pavor, nojo, medo, asco e não conseguia permitir que prosseguisse. O marido teve paciência nos primeiros dias mas logo reagia com raiva e tudo ficava pior.

Ela passava os dias com horror total aos momentos em que ele poderia sugerir outras tentativas. Ela dizia a ele querer apenas carinho, abraços e beijos e nada além disso. Ele ficava sem saber o que fazer, já que a amava e a desejava intensamente há muito tempo. Depois de dois anos de casamento, ela marcou uma consulta comigo.

Começamos a investigar sua história e num certo ponto, marcamos uma Regressão de Memória. Numa das cenas vistas, ela se viu como uma menina franzina, de uns doze anos, uma serviçal. Viu-se servindo comida a um homem enorme, gordo, barbudo, sujo e suado. Ele comia com barulho e boca aberta, babava e tinha o queixo cheio de gordura.

Ela ficava num canto encolhida, o estômago embrulhado, com muito medo e nojo dele. E depois da refeição, ele a tocava intimamente com seus dedos engordurados e abusava dela. Ao ver a cena, sentiu forte náusea e nojo e descobriu, estarrecida, que o mesmo sentimento de náusea a nojo sentia quando o marido tentava penetrá-la. E, horrorizada, reconheceu que o tal homem era seu marido hoje.

Essa descoberta foi a mola que precipitou os demais acontecimentos. Depois de um tempo ela decidiu que não queria mais estar casada com ele e se separaram.

Ela conheceu outro homem e teve a oportunidade de ter relações sexuais sem que os sentimentos anteriores aparecessem. Mais tarde casou e teve filhos.

Perguntei a mim mesma e à espiritualidade o motivo pelo qual foi necessário que ela permanecesse virgem até conhecê-lo, para depois abandoná-lo. Em minha hipótese, talvez ela precisasse exercer dessa vez o poder de dizer não a ele, recusá-lo sexualmente, já que como menina, ela era obrigada a servi-lo.

De algum modo, isso pode tê-la fortalecido e "desligado" dos sentimentos de nojo ao lembrar a cena, depois. Não é frequente uma pessoa, em regressão de memória,  fazer relações entre personagens da história sendo vista e os atuais. Isso acontece nos casos em que reconhecer alguém do presente numa outra história vai trazer cura, entendimento, alívio, reconciliação e/ou transmutação.

Isso acabou acontecendo, com o desenrolar dos acontecimentos.

Angela Cunha é psicóloga e terapeuta com abordagem energética e multidimensional. Canalizadora de sua própria técnica de trabalho, denominada Terapia Ascensional Integrada.

4 comentários:

  1. Olá ANGELA.

    Preciso de todas as terapias possíveis e imagináveis!!!



    Foi muito por ter encontrado seu blog ao qual voltarei sempre!

    Também, estou lhe convidando para conhecer o meu blog cuja temática é o amor.
    Amor que transcende,enaltece, valoriza e encanta a vida de cada um de nós.

    Nesta sociedade de violências e agressividades explícitas e indesejáveis, o amor ainda encontra no coração daqueles que insistem na felicidade como objetivo,um lugar de extrema beleza e sensibilidade existencial.

    Confira: e ficaria honrado com sua presença e quem sabe seguir-me:

    O nome: FALANDO SÉRIO.
    O endereço: http://ptamburro.blogspot.com.br/

    Se quiser conhecer todos os meus blogues, basta clicar, no meu nome, neste comentário, lá em cima ao lado da chave que espero lhe abra todas as portas.

    Um abração carioca..

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá!
      Muito grata pela sua visita e pelo comentário.
      Volte sempre, será um prazer!
      Vou visitá-lo, sim!

      Abraço
      Angela

      Excluir
  2. Ângela,incrível este relato. Imaginava que era difícil quase impossível o reconhecimento das pessoas das vidas passadas no momento atual. Em toda regressão isso acontece?

    ResponderExcluir
  3. Olá, Carol
    Não, não acontece com frequência.
    Entendo que a espiritualidade permite que isso aconteça quando vai ser útil para a pessoa de algum modo.
    No método que uso, não há incentivo para que esse reconhecimento seja feito. Ele acontece naturalmente, sempre.

    Abraço
    Angela Cunha

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...