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Traduzindo

sábado, 17 de setembro de 2011

Ciúmes


Uma mulher jovem e muito bonita chegou ao consultório com a queixa de que sempre tinha a impressão que o marido (eram casados há 4 anos) a estava traindo. Tinha sonhos tenebrosos, procurava indícios em cada palavra, em cada detalhe.
Nunca encontrava nada de concreto. Mas tinha sempre a mesma impressão. Por trás das palavras dele, em algumas atitudes, nos gestos de carinho.


Ela se encontrava ansiosa, triste e com raiva, tudo ao mesmo tempo. Sempre acabavam brigando nos últimos tempos, por motivos banais. A origem das brigas eram suas suspeitas.


Trabalhando com ela com Terapia Multidimensional, vi imagens de uma mulher, usando roupas de uma época mais antiga (talvez anos 30) escondida atrás de um poste, observando um homem. Esse homem caminhava pela calçada, ao lado de uma mulher de mãos dadas com uma criança de uns 3 anos de idade. Eles sorriam e conversavam.
A mulher que observava saiu andando rápido dali, transtornada de ciúmes. Teve a certeza de que era traída e a criança era filha dele, inclusive. Se baseou apenas na imagem que viu. Nada além disso indicava nada mas sua mente inventava toda uma trama.


Chegando em casa, preparou a refeição do homem que havia visto, que era seu marido. Calmamente, colocou veneno na comida.
Ele chegou e, sem de nada desconfiar, cumprimentou-a carinhosamente e sentou para o jantar. Em minutos estava se contorcendo no chão, em dores atrozes. Olhava para ela sem entender. Ela apenas observava, como se estivesse alheia a tudo.
Logo depois, vejo-a gritando pelas ruas como se houvesse enlouquecido. Foi internada num hospital psiquiátrico.


As cenas foram fortes demais. Relatei a ela o que percebi. Lembrei que parecia uma cena de outra vida e que tendemos a repetir padrões. Que ela percebesse que algumas impressões muitas vezes poderiam ser apenas resultado de seu ciúme e insegurança.
Ela ficou muito impressionada porque a cena descrita pareceu familiar a ela e disse que algumas vezes já tinha pensado em envenená-lo nos momentos de raiva e ciúme.


Saiu do consultório pensativa e, com o tratamento energético recebido na durante o trabalho, relatou depois que se sentiu bem mais tranquila. Retornou com um novo ânimo, olhando para o marido com outros olhos. Disse que a partir daquele dia, sempre que se sentisse enciumada e insegura sem nada que provasse haver motivo para isso, lembraria dessa história e de como se identificou com ela. Disse também que nos relacionamentos anteriores nunca tinha sido ciumenta. Parecia algo inspirado apenas pelo marido. No dia seguinte ao trabalho, acordou com a certeza de que o homem da cena era seu marido atual.


O trabalho feito a tranquilizou e a fez refletir. Identificou em muitos momentos a vontade de ser agressiva e vingativa com o marido. Essa vontade surgia como uma sementinha que ela logo descartava. Ela se sentia culpada por sentir isso e não sabia porque isso acontecia.


Não me foi mostrado nada a respeito, mas na cena que vi tive quase a certeza de que o homem era inocente e que a cena vista nada tinha de suspeita. O ciúme (e talvez o desequilíbrio) da mulher a fez interpretar de outro modo. Mas não era a questão principal o fato dele ser ou não inocente, mas o desequilíbrio dela e suas consequências. O trabalho atuou aí, de modo eficaz.


Angela Cunha

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