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terça-feira, 28 de maio de 2013

O INCRÍVEL HOLOGRAMA


Amado, gostaria de falar com você sobre o holograma que você chama de sua realidade e como você o muda a cada momento e, ainda assim, na maior parte de tempo, parece ser um contínuo constante. Algumas vezes, você irá mudar o holograma de forma dramática, como acontece quando há um momento de “Ah!”, mas na maior parte de cada momento, parece seguir o momento anterior, sem muita mudança.

Como eu já lhe disse muitas vezes, o que você faz ao trazer um determinado ponto de foco, uma consciência, se o desejar, para esta realidade – com “r” minúsculo – é um grande milagre.

Você diz: “Esta é a minha realidade. Este é quem eu sou. Este é o emprego que eu tenho, ou do qual estou tirando umas férias. Sou definido pela minha família, pelos meus antepassados, até mesmo pelos meus descendentes. Sou definido por tudo o que eu experiencio.” E ao se concentrar tão especificamente no atual holograma, você se esquece temporariamente de Todos vocês.

Quando você coloca um foco em seu emprego, é importante para você, e isto o define por um tempo, mas não é quem você é e não o define com a exclusão de sua Realidade. Na Verdade, a sua Realidade é o que lhe permite moldar a experiência que você chama de realidade.

Você tem determinados interesses que gosta de seguir e eles se acrescentam à sua descrição de quem você se sente ser e estes interesses, paixões, mudam ao longo do tempo, porque você decretou, como o Filho sagrado que você é, o Ser expressivo que vem da sua divindade, que você experienciará inúmeras aventuras.

O holograma é a sua mais maravilhosa extensão. A criatividade é você. Você é muito criativo, e viu isto quando passou pelos vários estágios da vida nesta existência, e em outras existências também. Você viu como pode ser criativo. Você foi criativo ao trazer os amigos e as idéias que lança ao redor com os amigos, como em um determinado jogo. Você tem uma ideia e a lança para o outro e diz: “O que você pensa em relação a isto?”

Eles jogam com a bola e a lançam de volta para você, ou eles podem atirá-la para outro amigo. Depois de um tempo, quando ela retorna a você, parece um pouco diferente do que era no início. Pois, na verdade, se você pudesse ver um dos seus artigos esportivos, tais como a bola de basquete e pudesse ver todas as impressões digitais que já foram colocadas nesta bola, você veria que é um mundo em si mesmo. Todos que a tocaram, deixaram uma marca nela.

É o mesmo com uma ideia Você tem uma ideia. Você coloca a sua marca nela e a lança para alguém; eles a pegam e colocam a sua marca nela e eles então a lançam, talvez para outro, e eles acrescentam a sua marca.

Você joga com as idéias e, algumas vezes, você as integra em seu holograma e elas mudam o holograma, até que ele seja diferente do que era no dia anterior, ou há um ano.

Agora você está querendo saber: “O que é a Realidade – com R maiúsculo? Quem sou eu? O que eu sou? Por que eu sou? Como eu trabalho com o Espírito ao espaço onde eu me conheço como a gota de água no oceano, uma gota de consciência em Tudo O Que É?” e há momentos em que você está em meditação, quando está acabando de despertar pela manhã, antes que esteja totalmente focado no dia, quando tem uma sensação de Totalidade, de não separação.

Agora, eu sei que há muitos de vocês, que assim que os olhos se abrem, estão focados nesta realidade.

Permita-se um momento, quando despertar, de passar um pouco do tempo que o mundo não possui, um pouco do tempo, quando você pode observar o holograma do que pensou ontem e do que pensou que será neste dia em que está despertando, ao espaço onde possa se ver avançando no dia, com amor, com paz, com alegria, sabendo e afirmando que tudo neste dia irá operar no bem para você.

Você irá perceber que este dia funcionará para o seu bem ainda que algo, que anteriormente você teria chamado de obstáculo, aconteça e você dirá: “Bem, eu decretei que tudo neste dia funcione para o meu bem. Portanto, isto tem que ser bom. Agora, onde está o bom nisto?” e você o encontrará.

Tudo funciona para o seu bem, todos os dias. 
Assim se permita a cada manhã, esta pequena parcela de tempo para você.

Ainda que esteja compartilhando a cama com alguém, permita-se alongar e dar uma respiração profunda e inspire o espírito que você é. Inspire a alegria que você é.

E, então, quando chegar a um determinado espaço onde se sente bem com você mesmo, sem se preocupar com quem você tem que ver, ou com o que tem que fazer, quanto você tem que realizar neste dia – sabendo que você está sempre sendo cuidado, está sempre sendo guiado – então você pode saltar da cama, preparado para enfrentar o dia. Não apenas enfrentá-lo, mas apreciá-lo, interagir com ele, como o Ser criativo e divino que você é, criando este dia enquanto você prossegue.

Na verdade, cada dia está em branco, até que você comece a escrevê-lo.

Agora, você já testou isto por si mesmo. Houve alguns dias em que você pensou que tinha que fazer isto e aquilo, e então algo aconteceu e você não fez aquelas coisas. Você re-escreveu o roteiro naquele dia. Talvez, tenha havido um telefonema que mudou tudo e todo o dia foi reorganizado e você re-escreveu o dia. Na verdade, nenhum dia está escrito antes que o escreva.

Isto nos traz ao mais maravilhoso milagre do qual falamos no mês passado: o milagre da escolha, o principal segredo: você tem sempre a escolha. Você é livre para fazer a escolha. Você é livre para escrever a cada dia. 

E é interessante quando você chega ao fim de um dia e olha para trás e diz: "Oh, isto é interessanteEu não sabia que ele iria me chamar. Eu não sabia que isto viria no e-mail para mim. Eu não sabia que chegaria uma oportunidade que eu nem mesmo sabia que existia, mas esta oportunidade veio hoje. Houve certas coisas que eu estive esperando e desejando e foi preciso algum tempo para chegarem aqui, mas elas chegaram.”

Assim, lembre-se de que a cada dia você está re-escrevendo, criando o seu holograma deste dia.

E se quiser que ele seja expansivo, ele poderá ser tão expansivo quanto permita que ele seja. Você pode escrever neste dia aquilo que queira, sem julgamentos, somente a liberdade de escolha. Você perceberá que isto o liberta do mundo.

Nunca menospreze o número de aniversários que você teve e diga: “Oh, meu Deus, olhe para mim. Estou agora com cinquenta e cinco anos.” E alguém que já tenha ultrapassado esta idade em duas décadas, dirá. “Oh, você está apenas em seu auge. Na verdade, eu tenho sete décadas atrás de mim e espero ansiosamente ainda mais.

Por que não?
O tempo é de sua criação.
O tempo é da sua conta, assim você pode estar em qualquer idade que queira.

Você costumava ver um comediante que quando ele chegou aos quarenta, ele tinha trinta e nove. Quando chegou aos sessenta, ele tinha trinta e nove. Quando chegou aos setenta, ele tinha trinta e nove. Ele foi um exemplo muito bom de como você é o que se denomina ser.

Assim, quando alcançar uma determinada idade que tem um rótulo nela, interiorize-se e diga:“Isto realmente é verdade? Sinto-me realmente como um idoso? Não, eu ainda estou em meu auge. Estou animado com idéias; há muitas coisas novas que quero experienciar". E você segue em frente.

Alguns disseram que a minha vida foi relativamente curta, que eu fui crucificado quando tinha trinta e três anos. Mas eu lhes digo, esta vida não terminou aos trinta e três anos. E a sua não termina, até que você decrete que terminou com ela e quer continuar com outro tipo de holograma. Não outro holograma, mas outro tipo de holograma.

Assim, em minha existência, quanto à minha verdade, eu vivi mais do que 600 anos, de acordo com o cálculo dos outros. Mas de acordo com o meu cálculo, eu tive sempre trinta e três anos e apreciava a vida. Sabe como é ter trinta e três anos? Bem, você tem toda a sua vida pela frente. Você tem energia para fazer, lugares para ir, novas idéias para entreter.

E é isto o que eu fiz com a minha amada Maria e os nossos filhos também – os filhos biológicos e aqueles que acolhemos sob as nossas asas. Alguns deles escolheram viver centenas de anos, porque nós compartilhamos com eles o que é a nossa realidade – a verdadeira Realidade, com “R” maiúsculo, e eles compreenderam que eles poderiam fazer isto por si mesmos.

Oh, eles também compreenderam que eles poderiam viver um determinado número de anos e disseram: “Ei, eu quero negociar isto e começar com algo mais, em uma nova forma, talvez, uma nova percepção, talvez, em uma nova dimensão. Eu quero voltar, ou avançar... " porque eles queriam ter a experiência de ser um Ser de Luz.

Se por um momento você escorregou em outra dimensão – e eu o vi fazer isto na meditação, ou mesmo quando você está fazendo algumas das tarefas domésticas que não exigem toda a sua atenção e você deixou a mente vagar – você mudou o seu holograma, a sua realidade, porque você abriu uma janela nele que permite algo novo.

Pratique a abertura dos limites do que você considerou como verdadeiros. Algumas vezes, você disse: “Esta é a minha verdade. Isto é tudo dela e eu estou permanecendo com ela, porque a conheço. Não gosto dela, mas estou permanecendo com ela, porque é minha”Bem, você pode tornar seu, outra coisa, porque você tem a escolha.

O holograma é uma realidade em que você vive, pois você acredita que seja verdadeiro, e você pode expandi-lo a qualquer momento.

Por exemplo:

Agora, imagine-se em um jardim.
Olhe em volta.
Que flores você vê?
Elas são pequenas?
Elas são grandes?
Há grama?
Há árvores?
Há pássaros nas árvores?
Ok, volte.

Por um momento, você mudou o seu holograma.
Você fez uma viagem para um jardim tranquilo.

Talvez você visse flores grandes ou pequenas, com cores diferentes. Talvez, visse pequenos pássaros, talvez, grandes. Você pode retornar a este jardim a qualquer momento que queira, ainda que esteja bem no meio de um “acordo com um colega que está descrevendo o item 1, 2 e 3 do que tem que ser feito.

Você pode respirar e ir até o seu jardim com os olhos abertos. Nunca perca nada. Seu holograma é muitas vezes como uma esponja. Ele pode absorver aquilo que você escolhe absorver. Você não tem que absorver a água lamacenta. Você pode absorver a luz, a água clara. Seu holograma é como uma esponja. E algumas vezes, mesmo sem pensar, você absorve o que o mundo quer lhe dar.

Como eu já disse, cada dia está em branco até que o escreva. Seu futuro está em branco, até que o escreva. E se uma porta parece estar fechada – ou duas ou três – procure em outro lugar. Há sempre uma bênção em tudo, ainda que pareça ser um pouquinho difícil de encontrar, ainda que isto exija um pouco de paciência, ainda que pareça que “não importa o que eu tente, isto nunca funciona.”

Sei que você se sentiu assim.
Esta é a compreensão humana.

“Não importa o que eu faça, isto nunca funciona.” 

E então, um dia algo funciona, e você diz: “Oh, meu Deus – realmente, oh, meu Deus – as coisas mudaram!”.

E quem as fez mudar? Você: através da escolha, acreditando que você tem escolha e agindo de acordo com esta escolha. E estando feliz a cada dia, ainda que aquilo que você esteve “programando” não viesse até você ainda, tendo que exercitar – observem esta palavra: exercício - paciência.

Usar a paciência fica cada vez mais fácil quanto mais a experiencia, quanto mais a exercita.

Você alcança um espaço onde diz: “Bem, isto não aconteceu ainda, mas o desejo está lá fora. A intenção está lá fora e isto irá acontecer. Enquanto isto, eu estou muito feliz com aquilo que estou fazendo”.

Porque se aquilo que você programou não aconteceu ainda, você é livre para apreciar onde você está, e você não tem que se apressar e fazer outra coisa. Você pode apreciar, apenas respirando.

Quando você despertar pela manhã – aqueles poucos minutos extras que você dá a si mesmo – respire, boceje, alongue o corpo, expanda os pulmões, especialmente aqueles de vocês que dormem ao lado e estão comprimindo os pulmões durante a noite. Alongue bem os braços e permita que os pulmões se expandam, e respire profundamente. O corpo lhe agradecerá por isto.

Não importa como você durma, revigore o corpo com a respiração, com a escolha e lembre-se de que o holograma deste dia não foi escrito, até que você o escreva.

Que assim seja.


Jeshua ben Joseph (Jesus)
Expressando-se através de Judith Coates
28 de Maio de 2013.

Fonte: http://www.oakbridge.org/articles.php
Traduzido por: Regina Drumond Chichorro – reginamadrumond@yahoo.com.br

domingo, 26 de maio de 2013

A Porta Misteriosa


Uma fábula antiga fala sobre o receio de escolher e de ousar.

Numa cidade em guerra, havia um rei que causava espanto. Sempre que fazia prisioneiros, não matava: levava-os a uma sala onde havia um grupo de arqueiros de um lado e uma imensa porta de ferro do outro, sobre a qual viam-se gravadas figuras de caveiras cobertas por sangue.

Nessa sala, ele os fazia enfileirar-se em círculo e dizia: "Vocês podem optar entre morrer flechados por meus arqueiros ou passar por aquela porta e ficar trancados".

Todos preferiam ser mortos pelos arqueiros.

Ao terminar a guerra, um soldado que por muito tempo serviu ao rei dirigiu-se ao soberano:
- Senhor, posso lhe fazer uma pergunta?
- Diga, soldado.
- O que havia por detrás da assustadora porta?
- Vá e veja você mesmo.

O soldado abriu vagarosamente a porta e viu que raios de sol entravam e iluminavam o ambiente. E finalmente ele descobriu, surpreso, que a porta era o início de um caminho que conduzia à liberdade. O soldado, admirado,  apenas olhou seu rei, que disse:

- Eu dava a eles a escolha mas preferiram morrer a se arriscar a abrir essa porta. 


QUANTAS DELAS VOCÊ JÁ DEIXOU DE ABRIR PELO MEDO DE ARRISCAR?

Angela Cunha

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A PEQUENA ALMA - A LIÇÃO DO PERDÃO


Por Neale Donald Walsch,
Autor do livro "Conversando com Deus"


- Eu sei quem sou!

E Deus disse:

Que bom! Quem és tu?

E a Pequena Alma gritou:

- Eu Sou Luz!

E Deus sorriu.

É isso mesmo! - exclamou Deus. - Tu és Luz!

A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.

Uauu, isto é mesmo bom! - disse a Pequena Alma.

Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe chegava. 
A Pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era. 

Então foi ter com Deus (o que não é má ideia para qualquer alma que queira ser Quem Realmente É) e disse:

Olá, Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?

E Deus disse:

Quer dizer que queres ser Quem já És?

Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! - respondeu a Pequena Alma.

Mas tu já és Luz - repetiu Deus, sorrindo outra vez.

Sim, mas quero senti-lo! - gritou a Pequena Alma.

- Bem, acho que já era de se esperar. Tu sempre foste aventureira - disse Deus com uma risada.

Depois a sua expressão mudou.

Há só uma coisa...

O quê? - perguntou a Pequena Alma.

- Bem, não há nada para além da Luz. Porque eu não criei nada para além daquilo que tu és. Por isso, não vai ser fácil experimentares-te como Quem És, porque não há nada que tu não sejas.

Hã? - disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.

Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões, zilhões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem vocês. Não seria um sol sem uma das suas velas... e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E, no entanto, como podes conhecer-te como a Luz quando estás no meio da Luz? - eis a questão.

Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! - disse a Pequena Alma mais animada.

Deus sorriu novamente.

Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão - disse Deus.

- O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.

- É aquilo que tu não és - replicou Deus.

- Eu vou ter medo do escuro? - choramingou a Pequena Alma.

Só se o escolheres. Na verdade, não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos inventando tudo. Estamos fingindo.

Ah! - disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.

Depois, Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exatamente o oposto.

É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é - disse Deus - Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, - continuou Deus - quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão. Sê antes uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então, saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!

Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? - perguntou a Pequena Alma.

Claro! - Deus riu-se. - Claro que podes! Mas lembra-te de que "especial" não quer dizer "melhor"! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos se esqueceram disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!

Uau - disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. - Posso ser tão especial quanto quiser!

Sim, e podes começar agora mesmo - disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma - Que parte de especial é que queres ser?

Que parte de especial? - repetiu a Pequena Alma. - Não estou entendendo.

- Bem, - explicou Deus - ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes. É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?

A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.

Conheço imensas maneiras de ser especial! - exclamou a Pequena Alma - É especial ser prestativo. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso com os outros.

Sim! - concordou Deus - E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de especial que queiras ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.

Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! - proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. - Quero ser a parte de especial chamada "perdão". Não é ser especial alguém que perdoa?

Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.

- Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim - disse a Pequena Alma.

Bom, mas há uma coisa que devias saber - disse Deus.

A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. 
Parecia haver sempre alguma complicação.

- O que é? - suspirou a Pequena Alma.

Não há ninguém a quem perdoar.

Ninguém? 

A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.

Ninguém! - repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta.

Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que tinha se aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados - de todo o Reino - porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava tendo uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles diziam.

Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar. Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.

- Então, perdoar quem? - perguntou Deus.

Bem, isto não vai ter graça nenhuma! - resmungou a Pequena Alma - Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser essa parte de especial.

E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.

Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:

Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te - disse a Alma Amiga.

Vais? - a Pequena Alma animou-se. - Mas o que é que tu podes fazer?

Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!

- Podes?

Claro! - disse a Alma Amiga alegremente. - Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.

Mas por quê? Por que é que farias isso? - perguntou a Pequena Alma. - Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que é que levaria a ti, que danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?

É simples - disse a Alma Amiga. - Faço-o porque te amo.

A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.

Não fiques tão espantada - disse a Alma Amiga - tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançamos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos lugares. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau - fomos ambas a vítima e o vilão. Encontramo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.-E assim, - a Alma Amiga explicou mais um bocadinho - eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a "má" desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.

Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? - perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.

Oh, havemos de pensar em alguma coisa - respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.

Então, a Alma Amiga pareceu ficar séria, e disse numa voz mais calma:

Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?

Sobre o quê? - perguntou a Pequena Alma.

Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta coisa não-muito-boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E, por isso, só te peço um favor em troca.

Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! - exclamou a Pequena Alma, e começou a dançar e a cantar: - Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!

Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.

O que é? - perguntou a Pequena Alma. - O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!

Claro que esta Alma Amiga é um anjo! - interrompeu Deus, - são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos.

E, então, a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.

O que é que posso fazer por ti? - perguntou novamente a Pequena Alma.

No momento em que eu te atacar e ferir, - respondeu a Alma Amiga - no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...

Sim? - interrompeu a Pequena Alma - Sim?

A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.

- Lembra-te de Quem Realmente Sou.

Oh, não me hei de esquecer! - gritou a Pequena Alma - Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.

Que bom, - disse a Alma Amiga - porque, sabes, eu vou estar fingindo tanto, que eu própria vou me esquecer. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar as duas de Quem Somos.

- Não vamos, não! - prometeu outra vez a Pequena Alma. - Eu vou lembrar-me de ti! E vou agradecer-te por esta dádiva - a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.

E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão.

E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.

E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza - principalmente se trouxesse tristeza - a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito.

"Lembra-te sempre," - Deus aqui tinha sorrido - "não te enviarei senão anjos".


De Coração a Coração
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